E o tempo vai passando...

Hoje resolvi aproveitar a folga. Fui comprar algumas coisas pra melhorar o visual...(risos) afinal, o ano está terminando, e fim de ano, a gente sempre acaba comprando uma roupa, um sapato, alguma coisa, pra ficar mais bonito..

Acontece que eu não moro no centro, e preciso do ônibus, pra ir, e voltar.

Tudo bem, alguns minutinhos e logo a gente chega.

Mas acontece que enquanto eu voltava, dentro do ônibus, me assentei num banco, que fica logo atrás dos bancos das pessoas mais idosas, das grávidas e as vezes os que estão enfermas.

Como sempre acontece, o ônibus encheu, e algumas pessoas precisaram ficar em pé.

Eu estava assentado do outro lado da roleta, sendo assim, o lado dos idosos,estava na minha frente.

Comecei a olhar para as pessoas que estavam naquele ônibus..

Fiquei olhando cada uma delas. E comecei a pensar..
Como é a vida né!?

Durante a trajeto, até chegar onde moro, são cerca de quinze a vinte minutos. Esse foi o tempo em que estive olhando, “reparando”, observando as pessoas que estavam naquele ônibus.

Eu fiquei assentado, fixei meu olhar em um senhor que estava em pé, no lado dos idosos. Os bancos cheios, algumas pessoas mais novas, mas nenhuma delas se prontificou a dar lugar ao senhor.

Olhando para aquele senhor, comecei a pensar...

O que será que aquele senhor já tinha passado neste ano.. nesta década.. nesta vida..??

Daí comecei a imaginar, aquele senhor quando era mais novo, dei asas a minha imaginação, e fui imaginando aquele senhor brincando quando criança, sorrindo, se esforçando pra fazer alguma coisa.
Imaginei ele correndo, as vezes caindo, mas sempre se levantando, afinal, ele ainda era muito novo, e tinha vigor, disposição. Ele estava carregando algumas sacolas, eu não parei por ai, continuei observando-o, olhando seu rosto, ele nem me percebia, eu estava ali como um passageiro normal.

Naquele momento, eu pensei?!
Gente! Como a vida passa tão depressa, e a gente nem se da conta?!??

Gente!! Esse senhor, poucos anos atrás, era um jovem, que se dispunha provavelmente ao trabalho pesado da roça, as mão calejadas, mostravam o esforço que outrora fizera, o velho chapéu de couro, cobria seus cabelos já com poucas mechas brancas, era a prova do tempo passado, a imagem de uma memória quase cheia, que prestes, muito em breve, deverá ser formatada.

Eu não me dei conta, fui olhando os demais velhinhos. Um outro, corpo ainda forte, pele escura, demonstrando ainda vigor, robustez, mas os cabelos enrolados, como de um legitimo negro, já não eram escuros com o antes, apenas a parte em que chamamos de “nuca” ainda restava alguns fios pretos, o restante, meio esbranquiçado, quanto mais para cima, mais branco estava. Este, provavelmente, poderia ser até um aposentado, mas demonstrava força, e disposição, diferente do primeiro que parecia ser um pouco mais debilitado.

Uma senhora não muito idosa, mas com muita dificuldade em andar, e falar, trocava algumas palavras com estes dois senhores, acerca de qual deles devia se sentar no banco que agora estava vazio. Os senhores, como foram provavelmente ensinados, não questionaram em deixar a senhora se assentar, afinal, eles ainda guardam em sua memória os velhos e duradouros ensinamentos dados pelos seus antigos pais:

“Meu filho, quando você estiver em um lugar, e uma dama também estiver, dê preferência a dama”

Tenho certeza que naquele momento, eles lembraram desse ensinamento.

Uma outra senhora, essa, me despertou muito a atenção.
Seus cabelos, não eram brancos... eram ALVOS.

Uma coisa linda! Eu olhei pra ela, e quase chorei.. Eu olhava pra eles, para aqueles velhinhos, que estavam ali, igual a mim, numa lotação, num coletivo, num ônibus.

Eles, que trabalharam tanto, sofreram tanto. Não estavam diferentes de mim, que ainda nem sofri tanto assim nada.

Eu percebi, que a vida, é muito curta.
Que a gente não sabe viver.
Que a gente precisa muito ter alguns momentos com essas pessoas.
Elas, que as vezes são até desprezadas, podem nos transmitir muitas lições de como viver.

Pelo fato de terem sofrido tanto, pelo fato de terem errado, falhado. Talvez esta seja a razão de você, amar tanto sua Avó! Amar tanto seu Avô!

Eu não tenho nenhum deles mais, as vezes sinto falta.
Mas eu não posso fazer com que eles voltem, mas posso aprender com os avôs e avós dos outros.

Aprender que cada segundo da nossa vida, é muito importante.
Aprender que os momentos nunca voltam.
O tempo nunca volta......


Você pode perder casa.. você consegue outra com muito trabalho.
Pode perder carro.. você consegue outro com esforço.
Você pode perder ate uma família, mas pode conseguir outra com mais amor.

Mas se você perder TEMPO.... Ah... Esse..


Esse não volta mais.

Por isso, devemos aprender a viver o hoje, o agora, da melhor maneira possível.

Que possamos ser pessoas felizes, realizadas, contentes.
Se não quisermos nos fazer felizes agora, hoje, que possamos fazer os outros felizes, o nosso próximo, o nosso familiar.. aqueles a quem amamos..

Quando aquele velhinho com as sacolas se levantou.. fiz questão de tentar observar o que ele levava nas sacolas.
Pelo que me parecia, eram algumas bandejas com alimentos.

Eu pensei?!! Qual será a alimentação desse senhor?
Será que ele pode comer de tudo hoje?
Será que ele ainda pode comer açúcar? Mas e se ele tiver “diabete” ? E o sal? Não iria afetar a “pressão”? Ah,, como é diferente,

Por mais que pareçam, eles já não são como nós, que ainda estamos um pouco mais novos.

A pele já um pouco flácida, os cabelos já não trazem o brilho, os dentes, se ainda os tem, já não são brancos, mas já são amarelados... as unhas escuras, algumas manchas completam a cor da pele sobre os braços e mãos. A coluna, já não tem tanta firmeza, pois as dores são fortes, os ossos fracos, já não conseguem suportar uma pequena queda sem que venham ao menos se trincar.

Gente!!!

Vamos parar um pouco!!!


Vamos PENSAR!?


O que estamos fazendo com nossas vidas??? Com o nosso corpo!??

Eu vejo muitos de meus amigos entrando de cabeça nas bebidas, no cigarro.. nas noites mau dormidas. Nas drogas...


Haverá um tempo, em que poderão se arrepender por tudo isso. Talvez esse tempo já seja tarde.

Então eu quero lhe dar um conselho:


VIVA A VIDA! NÃO A MATE!

A VIDA foi lhe dada pra viver.
Trabalhe, estude, cante, dance, salte, corra, grite, ajude, esforce, levante, caminhe, arrependa, lute, ame, VENÇA.


A minha esperança, é que mesmo quando isso acontecer comigo.
Quando eu não for o que hoje sou fisicamente, eu possa ser alguém que com o passar do tempo, aprendeu a VIVER. Alguém que na verdade sofreu, errou, chorou.. Mas que também em muitas vezes foi feliz, acertou, alegrou. Alguém que quando chegar lá.. possa dizer as palavras do querido apóstolo Paulo.

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
II Tm 4:7


Que possamos aprender a cada dia mais, como tudo e com todos, nesta imensa escola da vida.

Dieison Henrique
Escritor Leigo